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Livros que viraram filmes – meus favoritos

Na vida, nada se cria, tudo se copia. Isso vale muito para roteiros de cinema, onde muitos são livros que viraram filmes. 

Algumas vezes isso dá certo, outras não. Por isso, irei listar aqui alguns livros que viraram filmes e gostei muito.


O Poderoso Chefão

Livro: O poderoso Chefão, de Mario Puzzo (1969)

Filme: O poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola (1972)

É uma das obras que me dá muita satisfação de falar, tanto do filme quanto do livro. 

A versão do Coppola transmite perfeitamente o sentimento de ler o livro, sem exageros ou cortes desnecessários. Ou seja, a essência é a mesma. 

Como sabemos, a obra fala a respeito das famílias mafiosas italianas vivendo nos Estados Unidos, com os Corleone sendo uma das mais poderosas. 

A única coisa que o livro sai em desvantagem do filme é que não é possível visualizar a cena do batizado, onde Michael Corleone batiza o sobrinho dentro de um ambiente sagrado e de paz, enquanto seus homens estão assassinando os chefes das gangues rivais a sangue frio. Sim, só escrevendo me arrepiei aqui.

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O Quarto de Jack

Livro: O quarto, de Emma Donoghue (2011)

Filme: O quarto de Jack, de Lenny Abrahamson (2016)

Essa adaptação é fofa, mas ao mesmo tempo sombria e psicologicamente terrível, uma coisa completamente confusa. 

“O quarto (de Jack)”, fala sobre um caso que infelizmente é completamente comum, principalmente nos Estados Unidos, onde um homem sequestra uma moça e a mantém em cárcere privado. Nesse sequestro, obviamente há abusos sexuais, que resultaram no pequeno Jack. 

Um dia a criança consegue fugir e é amparada por policiais, que descobrem o cativeiro e resgatam a mãe. A partir daí, mãe e filho buscam recomeçar e se adaptar ao mundo aqui fora. 

Ambas as obras são narradas pela criança. O terror psicológico vivido pela mãe ganha uma narrativa suave na versão do Jack , que não via a maldade de forma alguma, pois só conhecia “o quarto”, sendo aquele modo de viver o normal. 

A história prende o espectador e é extremamente angustiante. E o filme, na minha opinião, conta com um dos melhores atores “mirins” dessa geração: Jacob Tremblay (sim, aquele do “Extraordinário”).

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Coraline

Livro: Coraline, de Neil Gaiman (2002)

Filme: Coraline e o Mundo Secreto (2009)

Essa trama de terror infantil é uma obra de arte em suas duas versões. 

Coraline é uma menina negligenciada pelos pais, até que um dia encontra uma porta secreta que a leva para uma versão melhorada de sua vida, mas com olhos assustadores de botão. 

Acho incrível que o livro seja uma graphic novel infantil sem aquele mundo de contos de fadas, com ilustrações maravilhosas e que levam a um submundo, contado em forma de suspense, mas sem traumatizar o pequeno leitor.

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O Iluminado

Livro: The Shining, de Stephen King (1977)

Filme: O Iluminado, de Stanley Kubrick (1980)

Juntar Stephen King e Stanley Kubrick, pode ter certeza que vem um desgraçamento mental aí. 

E claro, que “O Iluminado” é um filme que assisto de luz acesa. Sim, o livro é tão assustador quanto o filme, embora um pouquinho mais “enrolado”. 

Jack Torrance torna-se o caseiro de um hotel e acaba morando lá junto com a sua família. No decorrer, começam a descobrir os segredos antigos do hotel, enquanto Jack quer começar a se redescobrir como escritor e seu filho Danny tem premonições. 

Tudo começa a ficar bizarro e fora de controle, me dando razões o suficiente para nunca ficar hospedada em hotéis que ficam no meio do nada. O terror psicológico é forte, portanto é preciso ter uma boa cabeça para assistir e não ficar doido.

Ambas as obras são incríveis e imersivas, mesmo com suas diferenças de uma para outra, o que faz King não gostar do filme.

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Cidade de Deus

Livro: Cidade de Deus, de Paulo Lins (1997)

Filme: Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund (2002)

Esse filme é uma obra de arte cinematográfica, uma das melhores de todos os tempos e é made in Brazil

O livro consegue ser mais forte que o filme, pois há descrições sinistras de certas cenas, que o filme não mostrou, ou mostrou de forma mais “light” (olha que o filme é pesadíssimo).

As obras seguem o mesmo curso: fala a respeito do conjunto habitacional do Rio de Janeiro e suas mudanças através do tempo, mesclando com a história de dois traficantes rivais que tocam o terror nos moradores e em seus “funcionários”. 

A descrição da cena em que o peixeiro enterra a mulher e o amante vivos no quintal de casa é uma das mais cabulosas que li até hoje. 

O filme mostra o Zé Pequeno de uma forma mais sinistra que o livro, onde em raros momentos ainda há lampejos de humanidade no personagem, se é que isso é possível. 

Se eu gosto mais do livro ou do filme? De ambos, pois é um dos raros casos em que a essência é exatamente a mesma. 

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“Tudo o que eu falo tu mete a foice”


Na Natureza Selvagem

Livro: Na natureza selvagem, de Jon Krakauer (1996)

Filme: Na natureza selvagem, de Sean Penn (2008)

A história fala de um menino rico que decidiu sair de casa ao se revoltar com o mundo materialista e capitalista que vivemos, para viver na natureza. Ele doou todas as suas economias para a caridade e virou um “andarilho” pelo Alasca. 

O filme ganha do livro em um quesito muito simples: TRILHA SONORA. 

Eddie Vedder é responsável por uma das melhores trilhas sonoras que eu já ouvi, daquelas que a canção faz arrepiar. As músicas casam perfeitamente com as cenas maravilhosas em sequência. 

O livro é bem gostoso de ler e também faz com que a gente sinta simpatia pelo protagonista, mesmo achando ele meio bobo em alguns momentos. 

Também é impossível ficar indiferente e não sentir pena dele por ter um fim tão besta. Ah, isso não é spoiler, pois essa é uma história que só existiu porque o rapaz morreu.


A Hora da Estrela

Livro: A Hora da Estrela, de Clarice Lispector (1977)

Filme: A Hora da Estrela, de Suzana Amaral (1985)

A introspecção, que faz os livros de Clarice Lispector serem conhecidos como difíceis e até mesmo confusos de ler, é lindamente “traduzida” no filme de Suzana Amaral. 

Marcélia Cartaxo deve ser aplaudida de pé por sua performance, pois jamais imaginaria outra atriz interpretando a Macabéa tão bem. Afinal, Macabéa não é algo fácil e uma pessoa assim é peculiar na vida real.

O filme ainda traz uma leve modificação na história original, principalmente no fim. 

Na parte em que fala da relação de Olímpio e Glória, namorado e amiga de Macabéa, respectivamente, gostei mais do que foi mostrado no filme, pois me senti vingada (quem leu e viu, sabe do que falo). 

Para quem é entusiasta da literatura nacional, ambos são obrigatórios, afinal, Clarice é obrigatória. 

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“Gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?”


Lisbela e o Prisioneiro

Livro: Lisbela e o Prisioneiro, peça de teatro de Osman Lins (1964)

Filme: Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes (2003)

O filme é do mesmo diretor de “O Auto da Compadecida”, o que já é motivo o suficiente para assistir. 

A história fala sobre Leléu, um homem mulherengo e trambiqueiro, que acaba se apaixonando pela filha do delegado de uma das cidades em que passa.

A partir daí, há algumas adaptações entre livro e filme. Por exemplo, o foco não é o Leléu estar preso, mas sim, ficar fugindo eternamente de Frederico Evandro, um matador de aluguel brilhantemente interpretado por Marco Nanini.

O filme conseguiu ficar engraçado, leve e não deixar um assunto sério como autoritarismo ficar chato.


Qual sua adaptação favorita e você acha que faltou aqui? Me conte lá nas redes sociais ✿.